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Sistema de Pedágio FREE FLOW: o que você precisa saber?

14.02.2024
Sistema de Pedágio FREE FLOW: o que você precisa saber?

Sem praças físicas de cobrança, o sistema foi desenvolvido para simplificar a rotina dos motoristas.


Desde 2021, o Código de Trânsito Brasileiro (CTB) autorizou a implantação/operação do sistema livre de passagem em rodovias no Brasil, conhecido mundialmente como “Free Flow”.

O que é?

O sistema de pedágio FREE FLOW é uma inovação no modelo de cobrança de pedágios, que elimina a necessidade de praças de pedágio na modalidade física. Com isso, os condutores têm autonomia para seguir viagem, sem parar ou diminuir a velocidade, podendo efetuar o pagamento posteriormente, com base na distância percorrida. Ou seja, o motorista não precisa parar o veículo para realizar o pagamento. Daí o nome “free flow“, que significa “fluxo livre”.

O sistema opera de maneira descomplicada, utilizando pórticos, que são estruturas equipadas com câmeras, sensores e antenas. Esses elementos possibilitam a identificação dos veículos, a realização do cálculo das tarifas de pedágio e a coleta de dados de forma eficiente.

Os primeiros pórticos do sistema free flow, foram instalados no trecho fluminense da BR-101 (Rio-Santos), especificamente em Paraty (km 538), Mangaratiba (km 447) e Itaguaí (km 414).



Onde tem Free Flow no Brasil?

No Brasil, o sistema começou a ser testado em março de 2023 e, hoje, está em operação nas seguintes estradas e trechos:

  • BR 101 (rodovia Rio-Santos): km 414 (Itaguaí); km 447 (Mangaratiba); e km 538 (Paraty);
  • ERS 122 (rodovia estadual do Rio Grande do Sul): km 108; km 151 (a partir de fev./2024); km 45 (a partir de fev./2024); e km 4 (a partir de fev./2024);
  • ERS 446 (rodovia estadual do Rio Grande do Sul): km 6 (a partir de fev./2024); e
  • ERS 240 (rodovia estadual do Rio Grande do Sul): km 30 (a partir de fev./2024)

Para este ano, a promessa é que rodovias do litoral paulista também recebam o sistema Free Flow de cobrança. Por enquanto, sabemos que a novidade chegará às seguintes estradas:

  • SP 55 (Padre Manoel da Nóbrega);
  • SP 88 (Mogi-Dutra); e
  • SP 98 (Mogi-Bertioga).
 
Como ocorre a identificação dos veículos?

A identificação pode ser feita de duas maneiras: via TAG de cobrança ou reconhecimento de placa.

A TAG de cobrança é um dispositivo eletrônico fixado no para-brisa do veículo. Essa TAG contém informações exclusivas vinculadas ao veículo, incluindo um número de identificação único. Esse recurso é dotado de tecnologia de comunicação sem fio, possibilitando a interação com leitores próximos, como os pórticos de pedágio, cabines de estacionamento ou dispositivos de cobrança.

Neste caso, o sistema calcula o valor da tarifa com base nas informações associadas à TAG e o pagamento é então debitado da conta do proprietário do veículo.

A maioria das TAGs é recarregável, o que significa que os proprietários do veículo podem associar uma conta bancária ou um cartão de crédito e reabastecer o saldo quando necessário. 

Por outro lado, quando um veículo se aproxima de um pórtico de pedágio free flow, ocorre o reconhecimento da placa por meio das câmeras, que capturam imagens da placa do veículo. É relevante mencionar que essas câmeras são projetadas para capturar imagens nítidas, mesmo em condições de baixa visibilidade, como chuva, neblina ou escuridão, garantindo assim a precisão do sistema.

As imagens capturadas pelas câmeras são, então, processadas por um software avançado de reconhecimento de caracteres. Esse software extrai os caracteres alfanuméricos da placa do veículo com elevada precisão. Posteriormente, o sistema identifica esses caracteres na placa do veículo e os converte em texto legível, permitindo a associação da placa do veículo a uma conta de pagamento ou ao proprietário registrado.

Por que o pagamento de quem não tem a TAG automática tem gerado multas?

Quem não tem a TAG automática, deve pagar o valor do pedágio Free Flow por meio do site, do app, do WhatsApp ou outro canal sinalizado pela concessionária da rodovia.

No entanto, boa parte dos usuários que não possuem a TAG, tem recebido multas por evasão. Isso ocorre pela falta de pagamento do pedágio. Por isso, é importante estar bem-informado sobre estas novidades.

Qual o valor da multa por evasão de pedágio?

A multa por evasão é de natureza grave e tem o valor de R$195,23, além de 05 pontos na CNH (Carteira Nacional de Habilitação), em caso de não pagamento do pedágio no prazo de 15 dias.

Formas de pagamento da tarifa FREE FLOW:

  • Pagamento automático com TAG de cobrança
  • Pagamento digital 
 
Pagamento automático com TAG de cobrança

O sistema realiza a leitura da TAG previamente instalada no veículo e o valor é automaticamente debitado na fatura. 
As TAGs são disponibilizadas pelas Operadoras de Pagamento Automático de Pedágio, empresas devidamente autorizadas pelas agências reguladoras para operar nesse sistema. 

Pagamento digital 

No atual sistema brasileiro de pedágio free flow, após a passagem do veículo, o valor da tarifa estará disponível para pagamento em até 48 horas. E o pagamento deverá ser realizado em até 15 dias, para não gerar multa por evasão.

No RS, a tarifa pode ser paga através do link: CSG – Concessionária Caminhos da Serra Gaúcha com a placa do veículo.

Já no trecho fluminense, para efetuar o pagamento, os motoristas podem escolher uma destas opções:

WhatsApp (11) 2795-2238: basta enviar uma mensagem para esse número e, no menu principal de atendimento, escolher a opção 4 para realizar o pagamento da tarifa.
Aplicativo CCR RioSP (iOS ou Android): após baixar o aplicativo, basta clicar no banner do free flow e seguir as instruções para efetuar o pagamento.
Site ou aplicativo da CCR RioSP: basta se cadastrar para consultar os débitos e efetuar o pagamento.

Quais são as vantagens do pedágio Free Flow?

1. Trânsito com circulação eficiente: sem precisar parar nas cabines de cobrança, o tempo de viagem pode ser reduzido;
2. Menor impacto ambiental: a eliminação das filas de pedágio resulta em menor consumo de combustível pelos veículos, contribuindo para a redução das emissões de CO2;
3. Mais economia: menos gastos com a manutenção do óleo e dos freios, que costumam se desgastar rapidamente em veículos que passam frequentemente por locais com pedágio; e
4. Mais segurança: a ausência de necessidade de mudanças de faixa ou variações de velocidade para parar ou atravessar pedágios, reduz significativamente o risco de acidentes.
Quais os desafios da implementação da nova tecnologia?
A implementação do pedágio Free Flow no Brasil, confronta alguns desafios significativos que requerem superação para assegurar o funcionamento eficaz do sistema.

Como qualquer nova tecnologia, a principal barreira a ser superada é a aceitação. De acordo com uma pesquisa realizada pela FSB Pesquisa, mais de 25% dos brasileiros ainda não adotam a cobrança automática no cartão de crédito. Isso reflete a cultura de pagamento manual nas praças de pedágio, nas quais muitos motoristas estão habituados a efetuar pagamentos em dinheiro ou cartão nas cabines, necessitando assim, de uma mudança comportamental.

Além disso, os condutores que não possuem uma TAG de cobrança, precisam se adaptar a novos métodos de pagamento, como a utilização de aplicativos móveis, websites e carteiras digitais, como o PIX.

Um desafio adicional está relacionado à vasta extensão territorial do Brasil. Dada a grande dimensão do país, é necessário realizar uma cuidadosa análise, para determinar os locais mais apropriados para a implementação do sistema Free Flow.

Contudo, apesar dos desafios, o free flow representa uma oportunidade significativa para melhorar a eficiência do pedágio no Brasil, tornando-o mais justo e ágil. 

Autoridades reguladoras, concessionárias, operadoras de pagamento automático e motoristas devem trabalhar em conjunto para superar a resistência à mudança, garantir a segurança dos dados e expandir o sistema para outras rodovias.